Distrofias musculares são doenças de origem
genética que provocam enfraquecimento progressivo do tecido muscular por afetar
a musculatura esquelética. A falta de substâncias essenciais para o crescimento
e manutenção dos músculos faz com que os portadores desse distúrbio apresentem
dificuldades locomotoras progressivas e, num estágio mais avançado,
comprometimento da musculatura respiratória e cardíaca.
Atualmente, avanços na área da Genética e
da Biologia Molecular tornaram possível identificar a causa dessas doenças e
detectar se uma mulher assintomática é portadora ou não do gene alterado. Se
não for, não há risco de recorrência para futuros filhos.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
A
distrofia muscular faz parte de um grupo de mais de 30 doenças diferentes que
afetam primariamente o músculo. Por causa da alteração num gene, a pessoa deixa
de produzir uma proteína essencial para o músculo, que degenera
progressivamente.
Doenças neuromusculares
também provocam fraqueza muscular progressiva. O defeito, porém, está num neurônio que não enerva o músculo adequadamente
e, por falta desse estímulo elétrico (causa primária), a musculatura acaba
degenerando (desordem secundária).
Nas formas graves, congênitas, as crianças
afetadas podem não chegar aos dois anos de idade. No entanto, cada caso é um
caso, porque o espectro de variabilidade dos quadros é enorme. A tendência é
estabelecer comparações entre um paciente e outro, embora possam ser portadores
de doenças diferentes e com evolução também diferente.
Não existe a possibilidade
de usar medicamentos que revertam o quadro A única coisa que se pode fazer é diminuir a velocidade da
progressão. Nossa esperança está toda voltada para as pesquisas com
células-tronco.
PAPEL DAS CÉLULAS-TRONCO
Como existe degeneração progressiva da musculatura, nossa
esperança é poder produzir células-tronco embrionárias com capacidade de formar
todos os tecidos necessários para substituir o músculo que está degenerando
progressivamente.
Ainda não conseguimos trabalhar com essas células, porque não tínhamos permissão.
Ainda não conseguimos trabalhar com essas células, porque não tínhamos permissão.
Agora,
com o projeto aprovado, as pesquisas poderão prosseguir. O que vínhamos
fazendo, até hoje, era separar as células-tronco existentes no sangue do cordão
umbilical e pô-las para crescer com células musculares para verificar se elas
se diferenciam nessas células. Esse processo, porém, mostrou-se ineficiente,
porque as células-tronco do cordão já são adultas e têm pouco potencial de
diferenciação. Nossa esperança é que as células-tronco embrionárias tenham tal
capacidade de diferenciação.
As pesquisas serão feitas
primeiramente em laboratório. O passo seguinte é testar as células-tronco
embrionárias em modelos animais. Existem camundongos imunodeficientes que não
rejeitam as células humanas neles injetadas. Então, vamos gerar camundongos
que, além de imunodeficientes, sejam portadores de doenças musculares e injetar
neles células-tronco embrionárias humanas para ver se conseguem fabricar
músculo.
Outra
pesquisa será feita com um modelo canino. Cachorros da raça Golden Retriever
podem desenvolver um tipo de distrofia muito parecida com a humana. Se essas
tentativas terapêuticas com células-tronco embrionárias funcionarem neles
(esperamos que funcionem), serão utilizadas em seres humanos.
0 comentários:
Postar um comentário